Dia da Amazônia

Hoje, dia 5 de setembro, comemora-se, no Brasil, o Dia da Amazônia. Dia da maior floresta tropical DO MUNDO. Dia de uma das áreas com maior biodiversidade desse planeta (contando com uma fauna de mais de 30 milhões de espécies). Dia do famoso "pulmão do mundo", de acordo com o senso comum. Ela, que abrange grande parte do território do Brasil, Equador, Bolívia, Venezuela, entre outros países da América do Sul, tendo quase 7 milhões de km2 no total de sua extensão.

Mas… comemorar? Observando as manchetes acima citadas, seria VERGONHOSO uma ato de tamanha hipocrisia. Será que o Brasil está mesmo em ritmo de comemoração? De alegria? O governo brasileiro nunca foi tão negligente com esse território. Seria no mínimo desrespeitoso comemorar esse dia sem destacar o número de atrocidades cometidas contra essa terra e seus habitantes. Desde o começo do governo de Jair Bolsonaro, houve um grande afrouxamento das medidas legislativas que protegiam minimamente essa área e, com isso, as queimadas e as invasões de grileiros a territórios indígenas aumentaram de maneira assustadora. E como se já não bastassem todas as perdas geradas por esse afrouxamento, o atual cenário mundial provocou um número absurdo de mortes em aldeias que eram instaladas não só na Amazônia, mas no resto do país inteiro. Uma doença que é transmitida EXCLUSIVAMENTE por contato humano, uma doença BRANCA, dizimou aldeias que viviam isoladas há décadas, pois grileiros infectados pelo COVID-19 entraram em contato com os nativos. Além de tudo isso, o governo teve a crueldade de proibir a entrada de uma equipe dos Médicos Sem Fronteiras na Amazônia para socorrer os indígenas doentes.

A única maneira de "comemorar" esse dia é nos unindo à causa indígena e fortalecendo a luta desses povos através de denúncias, manifestos e notas de repúdio, utilizando das redes sociais massivamente para ampliar suas vozes, já que estamos temporariamente impossibilitados de ir às ruas. Portanto, apelamos à consciência de todos e os convidamos para essa luta.